
A questão da sustentabilidade das ONGs no Brasil nestes novos tempos
São tempos em que o Brasil intenciona se inserir como membro do famoso G8(grupo dos países mais ricos do mundo); tempo recente em que o país recebeu o conceito e recomendação das agencias de risco para receber investimentos internacionais. Muitas Fundações e Ongs de fomento internacionais estão deixando nosso país sob o pretexto que o Brasil agora é "rico", não é um país considerado pobre para receber maiores volumes de recursos, doações e ajudas das organizações internacionais.Cordaid, Misereor, Ded e outras começam a desacelerar sua atuação no país e até deixando de atuar no apoio a projetos sociais.
Acredito ser uma questão essencial para ser discutida entre os participantes, gestores, representantes e beneficiários do terceiro setor.
É verdade que o país tem atingido alguns indicadores economicos que elevam seu conceito na economia internacional, no entanto, sabemos que a concentração de renda ainda é perversa neste país. Os reais indicadores de educação, sociais, cidadania e economicos são insuficientes para alcançarmos o desenvolvimento sustentável pleno e não chegam para a maioria da população, hoje beirando os 190 milhões de habitantes.
Desta forma, é equivocada a posição, tanto do governo que se faz de país próspero, desenvolvido e "rico", quanto das agencias internacionais de apoio que começam acreditar nesta premissa e deixar de atuar no nosso país.Será que ainda não conhecem a realidade do interior do semi-árido( ou árido mesmo) do nordeste, a realidade de milhares de comunidade ribeirinhas ou que vivem nas florestas dos estados do norte, a realidade de algumas regiões interioranas mesmo em estados do sul e sudeste(vide SP, SC e RS) e principalmente, a realidade dos bolsões para não dizer a maioria de miseráveis que habitam as grandes cidades, como Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Belém, Fortaleza e outra, onde os jovens não tem perspectivas, sem programas suficientes e efetivos para se inserirem, onde os mais jovens aindas, meninos e meninas estão se prostituindo e oferecendo seus "serviços" ao tráfico nessas regiões metropolitanas?
O BRAZIL não conhece o BRASIL.
Clamo a todos para se indignarem, mostrarem as Agencias e Fundações Internacionais que o retrato do Brasil real não é este que se pinta e que estão nas estatísticas oficiais, o Brasil real está nas ruas, na zona rural, na periferia e até centro das grandes cidades, ainda é um país muito desigual, sem oportunidades para grande parte dos 190 milhões de cidadãos, pois as políticas públicas, as que funcionam, são insuficientes.
As Ongs por outro lado, não podem fazer mais Convenios, Parcerias, Acordos, Projetos com o Governo Federal, decorrente desta CPI das Ongs, que por culpa de algumas Ongs de apadrinhados do governo, que recebiam milhões nos seus caixas, a maioria das Ongs, aquelas que querem trabalhar de verdade estão com dificuldades em fazer parcerias, convenios e trabalhar com o governo.
Então como as Ongs sobreviverão, como captarão seus recursos diante deste cenário?
A ABONG deve se pronunciar, ter uma ação mais efetiva, inclusive no nível política para reverter esta situação em Brasília junto aos ministérios, junto ao governo. A Rede de Tecnologias Sociais com as práticas que deram certo, em suma, todas as redes virtuais ou reais devem se pronunciar em prol do fortalecimento dos trabalhos e importancia das ongs neste país.
Um bom trabalho a todos,
Antonio CarlosInstituto de Desenvolvimento Sustentável do Semi-Árido - IDAN(Abaré, Manoel Vitorino - BA)mailto:acr@terra.com.br
Fonte: 3Setor / O autor.
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